quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Jovens agricultores familiares têm mais apoio no Plano Safra


 
Segundo o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os brasileiros entre 15 e 29 anos correspondem a 27% da população rural. Para estimular essa parcela da população, o Ministério do Desenvolvimento Agrário reforçou as políticas públicas voltadas para a juventude rural no Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2013. As novas medidas incluem linha de crédito especializada e capacitação.

Lázaro de Oliveira Leite, produtor de plantas ornamentais em Barbalha (CE), é um dos oito milhões de brasileiros, entre 15 e 29 anos, que vivem no campo. Para estimular essa parcela da população, que corresponde a 27% do meio rural, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) reforçou as políticas públicas direcionadas à juventude rural no Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013 . As novas medidas vão desde a ampliação na linha de crédito especializada até a inclusão produtiva sustentável, passando pela formação do jovem do campo. “Encontre algo que você goste para fazer dentro da sua propriedade, tudo o que você fizer é seu. Seja seu patrão e fique perto da sua família”, sugere Lázaro, que é bolsista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce) e atua no setor de criação de projetos.

Lázaro conhece bem o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) – Jovem. Em 2006, ele acessou R$ 9 mil e deu inicio à produção de palmeiras ornamentais. “Com o dinheiro, montei a estrutura da estufa em 500 metros quadrados, que meu pai me cedeu. Comprei embalagens e mudas para utilizar como matriz e comecei a trabalhar”, conta o agricultor.

Um ano depois, ele acessou as linhas de custeio e investimento do Pronaf para estruturar a produção. “Com os R$ 29 mil pude fazer um poço e comprar kit de irrigação e adubos diversos”, conta. No início, Lázaro vendia na feira municipal e conseguia alcançar uma renda de, aproximadamente, R$ 500. Hoje, vende somente no atacado e garante, mensalmente, mais de R$ 1,6 mil “Se eu vender de uma vez cinco caminhões de plantas, não acabo com o estoque que tenho”, afirma.

Ater - Na próxima safra, o crédito será acompanhado de um serviço diferenciado de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) – , que vai atender, inicialmente, 10 mil jovens. Os agricultores que se enquadram na categoria e residem na região Nordeste, como é o caso de Lázaro, terão atenção especial, pois 5 mil deles serão beneficiados com a Ater articulada ao crédito do Pronaf Jovem. O serviço visa a criação de projetos de inclusão produtiva mais consistente e baseada nas boas práticas de produção orgânica e agroecológica.

O Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013 prevê a capacitação técnica da juventude por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) - uma das linhas de ação adotadas pelo Programa Nacional de Educação no Campo (Pronacampo), do Ministério da Educação (MEC). A linha foi pensada para gerar a inserção dos jovens no processo de capacitação junto à elevação do grau de escolaridade.

Pronaf Jovem - O Pronaf, na linha jovem, passa a financiar até R$ 15 mil, com juros de 1% ao ano. Nesse caso, o jovem agricultor familiar pode acessar o financiamento para desenvolver na propriedade da família algum projeto de inclusão produtiva, para conquistar independência e autonomia. “Muitas vezes, os jovens não enxergam as possibilidades da vida no campo. É preciso que alguém os direcione”, diz o agricultor cearense.

Plano Safra investe R$ 500 milhões em serviços de assistência técnica rural - Os serviços de Ater para a safra 2012/2013 contarão com mais de meio bilhão de reais. As chamadas atenderão a 480 mil famílias, sendo 170 mil de forma diferenciada (jovens, mulheres e povos e comunidades tradicionais, entre outros.

Além de contribuir para a organização dos agricultores e garantir maior produtividade e renda para as famílias no campo, todos os novos contratos de Ater prezarão pela preservação do meio ambiente, por meio do manejo sustentável do solo, da água e dos insumos e do uso reduzido de agrotóxicos. “Acreditamos que os jovens vão permanecer dentro da comunidade e, acima de tudo, vão fortalecer a questão territorial dentro dos povos”, avalia Ary Pereira Bastos, de 34 anos, agricultor familiar da etnia indígena Pankará, de Pernambuco.

Fonte: Boletim Em Questão

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